terça-feira, 26 de outubro de 2010

E perguntando e perguntando ia atiçando a sua própria perturbação e sentia desejos irrepremíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez pra tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.

(Trecho do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Marquéz)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo".

(Clarice Lispector)

sábado, 16 de maio de 2009


Por que é que só no sofrimento é que encontro verdadeira inspiração?!? É um sentimento de revolta, um impulso, uma indignação que me levam a fazer alguma coisa. Escrever, por exemplo. Talvez isto melhore a situação. Talvez estas conversas sem pressa, divagações, vão acalmando meu ser. Este ser que não tem calma nenhuma, que não consegue se compreender! Que briga consigo mesmo por não saber dizer uma palavra que é tão simples! Que insiste em ver somente boas intenções nas pessoas e esquece que o mundo é mundo, é realidade, e não sonhos. Que não sabe se vai ou se fica. Não sabe se pára, ou... Que constrói sonhos que se destróem de uma hora para outra. Que se conforma e no fundo sabe que é melhor assim. Que é compreensiva, bendita compreensão!! Este ser que não quer ser mais assim. Que precisa de reformulação urgente. Que não precisa mais ser enganado. Que sempre foi sincero e desejava que o mundo fosse também. Que quer a verdade, somente porque não mente! Santa ilusão! "Não deixe de sonhar" é o que dizem por aí...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Mais um fim...


"Estou com vontade de te dizer agora
Agora que você está na minha frente
O que passa no meu coração agora
Agora que você me fez tão diferente..."

(Nando Reis)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O que fazer para recuperar a confiança?


No mundo moderno, com a globalização, a ampliação das relações, o predomínio das interações impessoais, os contatos via meios tecnológicos, não há tanta interação face a face, o tal olho no olho. Antigamente era através do convívio, do comportamento diário, que se chegava à conclusão: Eu confio nesta pessoa!Ela não irá me decepcionar! Mas e hoje? Pouco contato pessoal, metade das conversas dão-se via telefone ou internet. Como analisar? Como chegar à conclusão se a pessoa é ou não confiável? Estamos vivendo algo semelhante nos EUA. Vou tentar analisar a situação como estudante, por favor, os economistas que me perdoem!! Houve primeiro uma crise do não pagamento das hipotecas, os bancos emprestaram dinheiro às pessoas, mas estas não tiveram como honrar suas dívidas. Dessa forma, os próprios bancos tiveram que pedir empréstimos a outros bancos, para cobrir o déficit em seus caixas, mas não conseguiram também cumprir com suas obrigações, acarretando assim uma crise generalizada... Ou seja, ninguém confia mais em ninguém, e os investidores também estão desconfiados em investir. Isso, talvez, me faça chegar a uma conclusão precipitada de que: Na modernidade a desconfiança se dá em efeito dominó. Porque por mais que tudo tenha o ar de grandioso, a globalização nos faz lembrar que estamos perto, pelo menos em um mundo abstrato. Acredito que o resulutado destas sucessivas quedas que acontecem com o dominó, acontecem conosco quando não confiamos. Uma atitude que não esperávamos que gere desconfiança, leva-nos a entrar na internet descobrir mais informações, fazer algumas ligações... E pronto! Em poucas horas descobre-se tudo! [E detalhe, quem será o juiz que nos dirá o que é real ou imaginário neste mundo] Os esconderijos já não são tão secretos... Por isso é preciso ter cuidado! Mas diante de todos estes efeitos, acesso facilitado à informações, etc... Como reconstruir laços? Como acreditar novamente? Como recuperar a confiança? Perguntas difíceis. Entendo que seja um salto no escuro... Pois apesar de toda tecnologia, somos algo surpreendente. Temos a capacidade de dar diferentes respostas a diferentes situações. Então, o que nos resta é confiarmos em nós mesmos!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008


No fim de semana em que viajei com o grupo de pesquisa, me deparei com cenas antes só vistas poucas vezes na TV: paisagem seca, lugares inóspitos, miséria...
Talvez não tenha sido a primeira vez que eu tenha visto de perto uma situação desta, mas foi a primeira vez que prestei atenção. Admito.
Olhar, viver o momento, estar presenta em uma casa onde não se tinha o que comer... Simplesmente! Lá vivem um casal e duas crianças. Estas com fome, olhos tristes, mas com o brilho da esperança... Meio desconfiadas com nossa visita.
Sei que o que tinha menos relevância naquele momento era meu coração, mas ele estava pequeno demais.
Todos os dias nos deparamos com notícias da seca no Nordeste, da fome na África. Mas porque isto não nos toca? Parece algo de outro mundo! Mas não! Está a duas horas da minha cidade, ou pode está até mesmo a dez minutos.
Fomos embora... E dentro daquela casa ficou aquela menina. Aquela quilombola de olhos tristes e brilhantes. De sorriso puro. Aquela criança que não encontra alimento na panela. Que chora! Lá está ela... A poucos quilômetros de nós.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"E o tanto que eu vou salvar das conversas sem pressa, das mais bonitas mentiras..."

Primeiro discurso
Ih! Pressão não é comigo! Eu tenho que escrever mesmo?
Agora!?!
Não pode ser depois!!?! Tem que ser agora.
Agora... Vamos começar devagar. Vamos conversar sem pressa alguma.
Expressar a nossa vida. Contar nossa idéias, o que há em nossa mente.
Vamos quem? Acredito que eu e minha mente. Mas esse eu aí? Já é minha mente.
A verdade é que é tudo uma coisa só.
Mas como hoje eu tenho pressa, esta conversar não vai contar.
Só vai servir de estréia à tudo mais que há de vir.
"Não dever ao devir
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...
com outros olhos!"(TM)